Cuidar do planalto mato-grossense é manter o Pantanal
vivo
Maior área úmida continental do planeta, o Pantanal é
importante tanto por abrigar uma rica biodiversidade, quanto pela prestação de
serviços ambientais, como o suprimento de água, a estabilização do clima e a
conservação do solo.
O equilíbrio ambiental da região é interdependente da
parte alta do planalto mato-grossense. Nesta área, conhecida como Cabeceiras do
Pantanal, nascem as águas que deságuam na planície e possibilitam a inundação
de quase 80% da parte baixa, mantendo os processos ecológicos e a paisagem
cênica pantaneira. Somente, as porções altas dos rios Paraguai, Sepotuba, Jauru
e Cabaçal, por exemplo, fornecem quase 30% das águas que se espalham e cobrem o
Pantanal.
Como qualquer interferência no planalto impacta
diretamente a planície, ações para a conservação do Pantanal só são efetivas se
considerarem a bacia hidrográfica do rio Paraguai como um todo.
Ações positivas pela conservação das Cabeceiras
Apesar da sua importância para a
planície inundável, a área das Cabeceiras do Pantanal é a que apresenta o maior
risco ecológico na região 1. A sua conservação é fundamental para diversos
setores que dependem do uso da água para as suas atividades. A integridade
ecológica do Pantanal requer o estabelecimento de políticas públicas positivas
que garantam a recuperação e retomada das funções do ecossistema. Melhorar a
proteção das nascentes, incentivar o reflorestamento, restaurar a mata ciliar e
adotar boas práticas agrícolas são exemplos capazes de garantir qualidade e
quantidade de água, bem como um ciclo regular de cheias no Pantanal. Juntos,
poder público, setor privado e sociedade civil devem buscar soluções conjuntas
para aprimorar a gestão dos recursos hídricos e promover o uso sustentável e
racional da água. Ações integradoras, construídas conjuntamente, são essenciais
para garantir harmonia social, econômica e ambiental na região. É esse o
objetivo principal do Pacto em Defesa das Cabeceiras do Pantanal.
1 Análise de Risco Ecológico da Bacia do Rio
Paraguai: Argentina, Bolívia, Brasil e Paraguai/ Petry, Paulo; Rodrigues,
Sidney...[et al.]; The Nature Conservancy; WWF-Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário